sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Dado é falso e bebe cerveja em xícara de café’, entrega Carlinhos

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Exausto pelas mais de 24 horas sem dormir que enfrentou em programas de auditório da Record, após deixar o reality show A Fazenda, na quarta-feira, o humorista Carlinhos Silva, 29 anos, diz estar aliviado. “É bom não conviver mais com o Dado Dolabella”, afirma o dono do personagem Mendigo, criado no Pânico e hoje na Record. Dolabella segue na disputa pelo prêmio de 1 milhão de reais e ficou na final, no domingo, com a cantora Danni Carlos. “O Dado se faz de vítima. Ele bebia álcool em xícara de café para fazer papel de bom menino, mas não é.”

Carlinhos disse estar aliviado também por se livrar do “hospício” que era A Fazenda. “Você não tem noção do hospício que era aquilo. Todo mundo tomava remédio”, conta sem dar detalhes das medicações. E, por fim, sente alívio por sua história – criado na rua, na extinta Fundação do Bem Estar do Menor (Febem), substituída pela Fundação Casa

, e em orfanato – não ser usada contra ele. “Tinha medo que dissessem que a minha história era apelativa.” Mas a divulgação da biografia do humorista foi positiva e rendeu altos índices de audiência ao Hoje em Dia, programa da Record em que ele reencontrou a irmã e a mãe, que não via desde que fugiu de casa, aos quatro anos. A emissora chegou a abrir larga vantagem sobre a Globo na manhã desta quinta e as cenas do reencontro foram reprisadas à tarde, em Geraldo Brasil. Confira abaixo entrevista de Carlinhos Silva.

Nos últimos dias, você esteve isolado e discutiu com Dado Dolabella. Foi melhor sair?

Foi bom não ter levado o prêmio. Diriam que minha história era apelativa, que contei para ganhar. Saio às ruas e me emociono com os aplausos e os abraços que recebo. Nunca passei por isso. Fico feliz por não estar mais convivendo com o Dado. Não aguentava mais, estava quase fazendo uma bobagem. O jogo do Dado é fazer drama, usar a morte do pai (o também ator Carlos Eduardo Dolabella) para chorar. De coitadinho não tem nada. Fica fazendo poesia para a planta, poesia para o animal, uma coisa irritante, papo de pessoa lesada. É muita cara-de-pau. Eu o vi colocando cerveja na xícara, em duas festas.

O episódio em que ele chicoteia o modelo Miro Moreira foi um acidente?

Não foi sem querer. Ele deu no Miro porque estava alterado. Aquilo era um hospício. Nesse dia faltou o remédio dele. A pessoa se transforma, tem de ter o tarja preta para dar uma acalmada. Ele tomava remédio de tarja preta, não sei qual.

É mais fácil conviver com Dado Dolabella ou com Theo Becker?

Com o Theo. No começo, a gente se dava bem, eu cantava para o Theo, ele se emocionava, a gente brincava, dava risada. O problema é que ele entrou num jogo louco, quis dar uma de maluco, fez besteira e saiu.

Por quem você torce agora?

A minha torcida é pela Danni. Mas pelo que tudo indica o Dado vai ganhar. Quando o Pedro saiu, pensei “não quero mais”. A porcentagem com que ele saiu (68% dos votos) nunca vai entrar na minha cabeça.

É verdade que o Dado Dolabella fazia bolinha de meleca do nariz?

É, nojento… Mas o pior foi ter destratado os ninjas, o pessoal da produção do programa. A gente estava fazendo uma prova debaixo do sol, sem água, ele virou para os ninjas e falou: “Não é só peão que merece beber água, não. A gente também merece, a gente está aqui trabalhando”. Isso chocou todo mundo e pelo que sei não foi ao ar.

Quanto você ganhou nesses quase três meses de confinamento?

Não posso revelar, por cláusula contratual, mas ganhei três carros, um Kia Picanto, de 40.000 reais, um Kia Soul, de 68.000, e o Kia Serato, de 80.000 reais. Este doei hoje para o Orfanato Dom Duarte, onde fui criado, para que o dinheiro seja revertido para as crianças.

O que você faria com 1 milhão de reais?

Eu deixaria guardado no banco. Já tenho meu carro, meu apartamento, não tenho com o que gastar.

Você já sabia que reencontraria a família?

Eu sabia que poderia aparecer algum parente, estava meio preparado.

Como foi o reencontro com a sua mãe e sua irmã?

Eu me sinto triste com tudo o que aconteceu. Estou com dó do meu pai, da minha mãe, dessa situação toda (além de promover o reencontro com a mãe e a irmã, a Record exibiu imagens do pai de Carlinhos; a família toda é simples). Minha vida deu uma volta muito louca, e hoje estou muito melhor que todos. Meu pai vive na situação que eu vivi na rua. A minha família eu perdoei, que fique com Deus. Deixei o número do meu celular com eles, se precisarem de alguma coisa, vou ajudar, mas não quero contato.

Por que você se afastou da família?

Meu pai batia muito na gente. Batia na minha mãe, e eu e meus irmãos (uma irmã e um irmão) fugimos de casa. Da rua, fui parar na Febem e depois fui para um orfanato.

Você cantou e tocou violão no programa. Pensa em seguir carreira na música?

Não. Aprendi a tocar violão no colégio, e graças a Deus foi um passatempo bacana. Minha parada é outra, apesar de adorar ouvir música.

E se o Pedro convidar para gravar um CD?

Se for para participar sem levar a sério, eu faço. Profissional para ele, amador para mim.

E uma biografia?

Já me pediram para fazer, mas não estou nesse clima agora. Vou esperar a poeira baixar. Ainda estou muito assustado com tudo.

Revista Veja

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