Por Márcio Maio
Maria Ribeiro se arrisca a afirmar que a policial Marília, de Poder Paralelo, já é um dos papéis de sua vida. A atriz não consegue passar mais do que dois minutos sem valorizar o texto e a densidade da história de Lauro César Muniz.
E se apega nessas características para deixar claro que, independentemente de números de audiência, a novela já tem um peso maior que as outras em seu currículo. “É um trabalho que respeita a inteligência do público e de toda a equipe envolvida. Não fazemos pensando no que a classe E vai entender porque não desvalorizamos sua capacidade de raciocínio”, enfatiza a atriz, mostrando sua visão crítica em relação à TV aberta.
Para Maria, a principal diferença entre Poder Paralelo e outras produções do mesmo gênero é “a vontade de subir o nível intelectual da programação da TV nacional”. Mesmo que isso não garanta resultados comerciais extraordinários.
“Sucesso não é sinônimo de qualidade. Acho o Big Brother Brasil e as músicas da Carla Perez horríveis e fazem sucesso”, dispara, sem papas na língua, ao comentar os já satisfatórios 15 pontos de média que a novela tem alcançado. Mas a defesa da atriz é, de certa forma, parcial, já que ela representa sua primeira protagonistas na TV. Na trama, Marília é o par romântico do delegado honesto Téo, de Tuca Andrada. “Nunca gravei tanto. Tenho trabalhado muito, mas compensa”, pondera.
Tantas cenas rodadas – incluindo as seqüência do seqüestro de sua personagem, que ajudaram a introduzir o tema central da máfia na novela – já trazem bons frutos. Maria percebe nas ruas alguns telespectadores que a reconhecem em função de seu atual trabalho. E que, quase sempre, brincam com o fato de Marília ser uma policial. “É engraçado como isso mexe com as pessoas. Mas quando recebi o papel, não pensei que uma mulher na polícia ainda poderia surpreender”, minimiza.
Sem sair do ar
Poder Paralelo é a quinta novela de Maria na Record. Isso em apenas cinco anos. A atriz participou da fracassada Metamorphoses, projeto da produtora Casablanca exibido pela emissora, em 2004, mas logo foi afastada e emendou de cara com A Escrava Isaura, folhetim que deu o pontapé inicial na nova fase de teledramaturgia da empresa. De lá para cá, já esteve também em Prova de Amor e Luz do Sol. “A Record me deu visibilidade na TV. Estreei em 1995 e, até 2003, não tinha me encontrado no veículo”, recorda.
Mesmo contratada da Record, Maria não pensa em largar sua vontade de atuar em outros veículos. A atriz se prepara para colocar em circuito nacional o primeiro longa que dirigiu, Domingos, documentário em homenagem ao ator, diretor e dramaturgo Domingos de Oliveira. A produção do filme levou sete anos, entre 2002 e 2009. “Foi um trabalho lento, mas muito prazeroso. Mesmo assim, não me enxergo como diretora. Não tenho vontade de fazer isso em uma novela, por exemplo”, avalia ela, que também dirigiu o curta Vinte e Cinco, em 2001.
Além de assistir aos capítulos de Poder Paralelo, sempre que pode, Maria faz questão de ver Caminho das Índias. A atriz é casada com Caio Blat, que interpreta o inconformado Ravi na trama de Glória Perez. “Um tem de dar força para o outro”, justifica. Ela só vê um problema em não ser contratada da mesma emissora que o marido. “Só não vamos trabalhar juntos ou garantir férias no mesmo período. Mas agora, por exemplo, estamos os dois no ar”, explica.
Instantâneas
# Maria Ribeiro foi casada com o ator Paulo Betti, pai de seu único filho, João, de seis anos.
# Poder Paralelo marca a primeira vez de Maria Ribeiro com o cabelo pintado. “Sempre gostei de chegar dez minutos antes de gravar, mas agora preciso fazer escova, demora bastante. Fora a grana que tenho gastado com xampu. Antes eu comprava qualquer um”, entrega, rindo.
# A atriz é formada em Jornalismo, mas nunca atuou na profissão. “Minha mãe queria que eu tivesse um diploma diferente”, explica.
# Maria é da primeira formação do grupo teatral Atores de Laura, da Casa de Cultura Laura Alvim, do Rio de Janeiro. Ela começou a carreira ao lado do colega de emissora Ângelo Antônio, que interpreta o traficante Nando em A Lei e o Crime.
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